O que é Dislexia: Sintomas e Tratamento
A dislexia é uma das condições neurológicas mais prevalentes no mundo, é frequentemente envolta em mistérios e mitos, deixando muitos a questionar, no fim das contas, o que é dislexia e a verdadeira natureza deste transtorno.
Ela não se trata de uma mera dificuldade em ler ou escrever, mas sim, uma manifestação de como o cérebro processa a linguagem escrita. Mesmo sendo tão comum, há um significativo déficit na compreensão sobre o que realmente significa ser disléxico.
O objetivo deste artigo é não apenas desvendar a dislexia em sua essência, mas também dissipar equívocos e fornecer uma visão abrangente sobre seus sintomas, causas e tratamentos.
1. Definição da Dislexia
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem com origem neurobiológica que consiste na dificuldade no reconhecimento preciso e fluente da palavra escrita por problemas de decodificação.
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Muitos associam erradamente a condição à falta de inteligência ou à preguiça, quando, na realidade, está relacionada à maneira como o cérebro está conectado e como processa informações.
Estas dificuldades resultam normalmente de um déficit fonológico e não estão relacionadas a comprometimento da cognição e inteligência. Pelo contrário, muitos disléxicos são extremamente inteligentes e criativos.
2. Sintomas da Dislexia
A dislexia pode manifestar-se de diferentes maneiras em diferentes idades:
- Idade pré-escolar: pode haver atraso no desenvolvimento da fala e dificuldade em aprender novas palavras. Estas crianças podem também lutar para reconhecer rimas e ter dificuldade em identificar letras e números.
- Idade escolar: frequentemente, enfrentam dificuldades na correspondência entre sons e letras. A leitura pode ser lenta e trabalhosa. Erros ortográficos são comuns, bem como confusão com palavras semelhantes. A dificuldade em sequenciar informações, como lembrar a ordem dos dias da semana, pode ser notável.
- Adolescência e idade adulta: a lentidão na leitura e a dificuldade em compreender textos complexos são comuns. Pode haver também uma relutância geral em escrever. Além disso, problemas como a má gestão do tempo e dificuldades organizacionais são frequentemente observados.
3. O Cérebro da Dislexia
A dislexia é geralmente considerada um problema com origens genéticas e cerebrais. Fatores hereditários desempenham um papel significativo. Se um dos pais ou irmãos apresentam o diagnóstico, há uma chance maior de outra pessoa na família também ter.
Pesquisas com neuroimagem têm mostrado diferenças na estrutura e funcionalidade de certas áreas cerebrais. Estas diferenças são frequentemente observadas em regiões associadas à capacidade de discernir e processar sons da fala.
Durante a leitura, o cérebro de uma pessoa disléxica ativa áreas específicas, especialmente o giro angular esquerdo, uma região associada à decodificação de palavras. Em contraste, os disléxicos tendem a mostrar menos atividade nesta região e mais atividade em áreas do cérebro não tradicionalmente associadas à leitura.
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É essencial destacar que, embora o cérebro disléxico tenha seus desafios na leitura, muitos disléxicos possuem habilidades excepcionais em áreas como raciocínio espacial, arte, música e resolução de problemas complexos.
4. Tratamentos Disponíveis
O tratamento da dislexia concentra-se em uma série de estratégias relacionadas às capacidades adaptativas e de intervenção. A seguir, as principais abordagens terapêuticas:
- Intervenção precoce: identificar e tratar esse transtorno no início pode melhorar a autoestima e o desempenho acadêmico da criança. Programas especializados que focam em habilidades fonológicas são vitais.
- Terapia de leitura especializada: esses programas trabalham diretamente nas áreas de fraqueza associadas ao transtorno.
- Apoio tecnológico: com o avanço da tecnologia, há uma gama de softwares e aplicativos disponíveis que podem converter texto em fala, ajudar na organização de ideias e oferecer correções ortográficas.
- Psicoterapia: a frustração e a baixa autoestima podem surgir devido aos desafios acadêmicos. Portanto, a psicoterapia com o objetivo de treinar habilidades e cuidar dos impactos emocionais é crucial para a boa evolução.
5. Mitos e Equívocos
A dislexia, apesar de ser um dos transtornos de aprendizagem mais estudados, ainda é cercada por uma série de mitos e equívocos que podem levar a julgamentos equivocados e a falta de suporte adequado para aqueles que convivem com ela.
- Preguiça ou falta de inteligência: Um dos mitos mais difundidos é que a dislexia resulta de preguiça ou baixa inteligência. Na realidade, a essa condição não tem relação com o quociente de inteligência (QI). Muitos disléxicos são extremamente talentosos e inteligentes em várias áreas.
- Visão reversa: Há uma crença popular de que os disléxicos veem as letras e palavras ao contrário. Enquanto disléxicos podem inverter letras ou números, isso não significa que vejam as coisas ao contrário.
- A Dislexia desaparece com a idade: Alguns acreditam que as crianças simplesmente superam a dislexia. Embora a intervenção precoce possa melhorar as habilidades de leitura, a dislexia é uma condição vitalícia.
- Apenas um problema de leitura: A dislexia não afeta apenas a leitura. Pode impactar a escrita, a ortografia e até mesmo habilidades matemáticas.
Confrontar e corrigir esses equívocos é vital para promover uma compreensão mais precisa e empática do disléxico e para oferecer o apoio necessário aos disléxicos.
Conclusão
Embora amplamente discutida, ainda permanecem muitos questionamentos sobre o que é a dislexia.
Os desafios enfrentados por aqueles que vivem com dislexia vão além das páginas de um livro ou das linhas de um caderno; eles permeiam a autoestima, as interações sociais e, muitas vezes, a trajetória profissional.
Por outro lado, um ponto crucial que precisa ser enfatizado é que a dislexia não limita o potencial de um indivíduo. Com o suporte adequado, os disléxicos podem se destacar em suas respectivas áreas com abordagens criativas e inovadoras.
A verdadeira solução para enfrentar os desafios da dislexia está na educação e na compreensão. Ao dissipar mitos e equívocos, podemos construir um ambiente mais inclusivo e empático.