Saúde

Sintomas da Síndrome do Pânico: Como Identificar

Compreender os gatilhos e sintomas da síndrome do pânico, um subtipo de quadro de ansiedade, é fundamental para prevenir e encontrar as alternativas necessárias para vencer esse problema. 

A síndrome do pânico é um grande desafio tanto para quem a experimenta quanto para quem convive com as pessoas que sofrem com esse mal. Esse quadro gera um estado de desorganização tanto no campo psíquico quanto alterações físicas. 

Neste artigo, aprofundaremos nosso conhecimento sobre os sintomas físicos e emocionais desse transtorno, o que acontece durante um ataque de pânico e como diferenciar esse problema de saúde mental de outras condições médicas gerais.

Mulher apresentando sintomas da síndrome do pânico na escadaria
Fonte: Canva

1. Compreendendo a Síndrome do Pânico e seus Sintomas

A síndrome do pânico é um subtipo de um quadro de ansiedade caracterizado por episódios súbitos e recorrentes de ansiedade intensa, acompanhada de sensação de morte e/ou medo de perder o controle, associado a outros sintomas físicos e emocionais.

Esses episódios são conhecidos como ataques de pânico e pelo medo de ter novos episódios o paciente passa a evitar lugares e situações, assumindo comportamento de isolamento social e evitativo, o que gera ainda mais sofrimento emocional.

Os ataques de pânico geralmente acontecem de forma súbita, sem a presença de um gatilho aparente e são auto limitados, apresentando duração em torno de 10 a 30 minutos, desaparecendo espontaneamente.

2.  Sintomas Físicos da Síndrome do Pânico

Os sintomas físicos da síndrome do pânico podem ser assustadores e costumam ser muito desconfortáveis uma vez que muitos deles podem ser percebidos por outras pessoas, o que gera ainda mais sofrimento. 

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Esses sintomas são frequentemente tão intensos que podem ser confundidos com os de um ataque cardíaco ou outra condição médica séria, levando muitas pessoas a procurar atendimento de emergência e realizar uma série de exames médicos.

Os sintomas físicos mais comuns durante uma crise de pânico e destacados pelo DSM-V são os seguintes:

  1. Palpitação ou coração acelerado (taquicardia)
  2. Sudorese
  3. Tremores
  4. Sensação de falta de ar ou sufocamento
  5. Dor ou desconforto no peito
  6. Náuseas ou vômitos
  7. Tontura ou sensação de desmaio
  8. Calafrios ou ondas de calor
  9. Sensação de formigamento (parestesias)

Os sintomas físicos são parte de uma reação fisiológica do corpo diante de uma situação de perigo iminente, mas que na realidade não se concretiza e está presente apenas em nossa mente. 

3. Sintomas Emocionais da Síndrome do Pânico

Se por um lado, os sintomas emocionais não podem ser percebidos pelas pessoas que estão próximas por alguém que está passando por um ataque de pânico, tais sintomas criam um abismo entre o paciente e o pedido de ajuda.

Esses sintomas, algumas vezes, acontecem no campo da subjetividade e  pode ser difícil explicar por aquele que está sentindo e também é difícil de ser compreendido por quem nunca passou por isso. 

Um dos sintomas emocionais mais proeminentes da síndrome do pânico é um senso de medo ou terror avassalador. Isso pode ser direcionado a uma ameaça percebida ou pode não ter um objeto de medo claro. 

Durante o ataque de pânico a pessoa pode apresentar um um medo intenso de “ficar louco” ou perder o controle considerando o nível de desorganização e total estranheza sobre as sensações experienciadas durante a crise.

Algumas pessoas experimentam uma sensação de estranheza em relação ao ambiente (desrealização) ou si mesma (despersonalização). Isso pode fazer com que se sintam desconectadas de si mesmas ou de seus arredores, como se estivessem sonhando ou observando a si mesmas de fora.

4. O Ciclo do Pânico e Seus Gatilhos

Um ataque de pânico geralmente segue um ciclo distinto que na maioria das vezes não é percebido por quem sofre um ataque de pânico. 

O ciclo começa com um gatilho, que pode ser um pensamento, um sentimento ou uma situação específica. Isso provoca uma resposta de luta ou fuga no corpo, levando a uma onda de sintomas físicos e emocionais.

Os gatilhos dos ataques de pânico podem variar amplamente de pessoa para pessoa. Para algumas, pode ser uma situação ou evento estressante, como falar em público, viajar de avião ou perder um ente querido. 

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No entanto, para outros, pode ser uma sensação física, que pode surgir em uma contexto de realização de alguma atividade como um batimento cardíaco acelerado, ou até mesmo o medo de ter um ataque de pânico.

O autoconhecimento e a psicoeducação são processos importantes, pois podem ajudar a pessoa a identificar os principais gatilhos e a partir disso poder reelaborar a forma de lidar com eles e assim acabar com os ataques de pânico.

5. Como Diferenciar a Síndrome do Pânico de Outros Problemas de Saúde

Compreender a diferença entre a síndrome do pânico e outras condições médicas é crucial para garantir um diagnóstico e tratamento corretos

Como mencionado anteriormente, os sintomas da síndrome do pânico podem ser semelhantes aos de condições clínicas como infarto agudo do miocárdio, distúrbios da tireoide, enxaqueca e até mesmo alguns tipos de crise convulsiva.

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O que distingue a síndrome do pânico é a combinação de sintomas físicos e emocionais intensos que surgem repentinamente e atingem o pico em cerca de 10 minutos, na ausência de uma ameaça real ou perigo iminente

Os sintomas do ataque de pânico costumam acontecer em pessoas sem histórico de comorbidades prévias ou até mesmo com alguma sem fator de risco. Além disso, os episódios costumam desaparecer espontaneamente em poucos minutos.

De qualquer forma, se você estiver enfrentando sintomas que está em dúvidas se são sintomas de pânico, é essencial que procure atendimento médico imediato para descartar qualquer condição médica potencialmente séria associada.

Afinal, Como Lidar com os Sintomas?

Os sintomas da síndrome do pânico podem ser intensos e profundamente perturbadores, impactando significativamente a qualidade de vida. No entanto, é essencial reconhecer que, apesar de seus desafios, é uma condição que pode ser efetivamente tratada.

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A compreensão e o reconhecimento dos sintomas é o primeiro passo para vencer esse processo. Isso permite que os indivíduos busquem ajuda profissional de forma proativa e, assim, sejam corretamente diagnosticados e tratados. 

O tratamento normalmente inclui uma combinação entre psicoterapia, medicamentos e medidas de estilo de vida.

É importante lembrar que, embora os sintomas da síndrome do pânico possam ser assustadores, não são fatalmente perigosos. Com a ajuda e o suporte adequados, é possível levar uma vida plena e livre dos ataques de pânico.

Kayo Barboza

Médico Psiquiatra (CRM/BA 27300/RQE 17784) com formação em Mindfulness, fundador do Projeto Kalmaria e apaixonado pela missão de promover saúde mental para o maior número de pessoas possível.

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